terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Use o pé na bunda como impulso



E aí, galera do mal?

Como é que tá todo mundo?

Quê? Ouvi alguém chorando aí no fundo porque levou um pé na bunda?

Miga, pare. E eu vou te dizer porquê...

Há exatamente um ano, dois meses e 26 dias atrás eu levava o maior pé na bunda EVER. Ai, meu Deus... Como lidar? O cara que era meu porto seguro, o amor da minha vida, o futuro pai dos meus filhos... Blá, blá, blá... Depois de 6 anos, simplesmente virou pra mim e disse: "Não te quero mais" e foi "viçá no mei do mundo".

Aí eu te pergunto: Que que eu fiz? Eu chorei, né? Mas eu chorei foi muito. Eu chorei num foi pouco não. Eu deixei de comer, fiquei doente, quis morrer pra ver se aquela dor insuportável acabava... Enfim. Tava na merda.

Hoje EU me pergunto: pra que, fia? Tanta lágrima desperdiçada, tanta coisa boa que eu deixei de comer, tanto sono da beleza que eu deixei de dormir... Mas aí eu penso que, sim, eu tinha que viver esse luto, sofrer tudo que tinha que sofrer, pra depois voltar com tudo, "ahazando" geral.



Daí, 15 dias depois, usei esse chute no traseiro como impulso e fui VIVER. Gente, uma coisa eu digo pra vocês, disso, ninguém morre não. Tô aqui mais viva do que nunca pra contar a história. E, em um ano, eu voltei a ser a pessoa que eu era quando comecei esse romance fracassado. O maior erro que a gente comete é deixar de ser você pra ser a pessoa que eu outro quer. Além de muito chato, né? Porque o lindo-maravilhoso NUNCA tava satisfeito. Todo dia tinha um raio de uma coisa que eu não fazia direito, uma gordura que não tava no lugar certo, o cabelo que tinha que ser de outra cor, minha postura profissional, a minha família, os meus amigos, eu falava demais, depois falava de menos, fazia amizade, não-seja-amiga-daquelas-pessoas... Vai encher o saco do capeta, né?

Mas eu achava que aquilo era o paraíso em cima da terra...

"Ah, Lanussa... tá cuspindo no prato que comeu..."

Qual o problema?! O cuspe é meu e eu cuspo onde eu quiser.



O fato é que, me libertei do sufocamento que eu sentia pensando que era amor. Gata, amor não te sufoca. O que te sufoca é nariz entupido.

Depois disso, eu conheci tanta gente bacana que não teria conhecido, fiz tanta coisa legal que não teria feito... Obrigada, God. E agradeço a você também por ter me achado pouco, me achado fraca, me achado menos atraente, me achado uma pessoa difícil. O-BRI-GA-DA por ter me deixado livre.

Tudo isso me ensinou que eu venho em primeiro lugar, que eu tenho que pensar sempre em mim e fazer as coisas que eu gosto. Mudei muito. Mudei bastante. Quem me conheceu na fase "namoradinha-Amélia-songa-despombalecida" se admira da pessoa que eu sou hoje. Passei a me estressar menos com coisas pequenas, fiz uma infinidade de amigos, TODOS DI-FE-REN-TES uns dos outros e, principalmente, de mim. Passei a ver a vida com mais leveza e isso, inclusive, me ajudou a passar com bastante calma pelo fim de outro relacionamento.

Sim, o outro amor-da-minha-vida-pra-sempre, também acabou e ficou tudo muito bem, porque aprendi a esperar pouco, mas muito pouco mesmo, dos outros e bem mais de mim. Eu não ia cair  na mesma besteira de me prender em uma relação sem futuro só pra não ficar solteirona. Esse foi meu erro no primeiro caso. A minha auto estima era tão zero, que eu achava que não encontraria nada melhor do que aquilo ali. Ou besteira. SEMPRE tem coisa melhor. É só a gente se abrir pra isso.

No mês passado, fiz uma viagem de reflexão, uma espécie de retiro espiritual pra fazer um balanço da minha vida. A princípio, eu faria essa viagem sozinha mas, no meio do caminho, apareceu uma amiga que tava na mesma merda que eu, um ano atrás. Me ajudou mais ainda. Porque eu pude ver como evoluí em tanta coisa, em um ano apenas, além de ter a oportunidade de ajudar alguém com a minha experiência de vida. Ela viu que a gente não morre depois do fim de um relacionamento, a gente pinta o cabelo de loiro, toma caipifruta e vai viajar com as migas.

Nossa. Me senti mais feliz do que nunca. Agradeci a Deus por ter me guiado por esse caminho e por eu ter sido capaz de ouvir Seus conselhos.

Foi o final de semana mais maravilhoso de tantos que eu já tive e continuo tendo. Mesmo com todas as lágrimas que derramamos uma de frente pra outra... Mas isso só serviu para lavarmos nossas almas, nos preparando para receber as coisas boas que ainda estão por vir.

Por isso, repito: use o pé na bunda como impulso, coloca um batom vermelho e VAI, gata!!




quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Me dá uma máquina do tempo!!!



Voltei!

Êêêêêê!!!



É, pessoas, dei uma pequena pausa porque estava fazendo o que eu faço de melhor na vida: me decepcionando com as pessoas. Afff... Tá pra nascer.

Bem, por conta disso, eu resolvi pegar carona no DeLorean e viajar de volta ao passado.

Se o meu EU de agora pudesse visitar meu EU do passado, eu escolheria o meu EU de 12 anos de idade. Porque eu acho que foi aí que tudo começou. Então eu diria:

"Gata, seguinte, a vida não é cor-de-rosa, pelo menos pra você não vai ser, então para de ficar impressionada com essa cor. Na verdade, use todas, porque um arco-íris sempre deixa as pessoas alegres.

Aprende a falar. Ninguém vai te levar pra forca por você falar sua opinião. Se alguém disser que você não pode, responda: "Vá se lascar". Não esqueça do "por favor". Educação acima de tudo.

Querida, namore mais. Experiência  vai te ajudar a fugir de caras, tipo, nada a ver.

Não tenha medo de ferir os sentimentos deles também. Pode acreditar, nenhum deles vai ter pena de você.

Desapega desse negócio de Príncipe Encantado, pelamorde! Essa bagaça só foi feita pra vender os filmes da Disney. Seja mais Faca na Caveira, porra!

Não confia em todo mundo não, hein! Só o que vai aparecer é gente cretina tentando levar a melhor em cima de você.

Tá. Tu pode continuar com esse teu plano de ser mãe solteira. Porque homem que presta... Minha filha, não sei nem o que é isso, de que se alimenta, onde vive, perdi esse Globo Repórter.

Não sei onde ou quando tu arrumou essa ideia de conhecer um cara bacana, casar e ter filhos. Tu não conhece e nem vai conhecer nenhum casamento que realmente deu certo. Aliás, foca nesses pesadelos que tu tem com casamento. Continua com teus calafrios quando imagina ficar agarrada a uma pessoa  até que a morte os separe. Tu tava até indo bem. O que foi que deu errado?

Se coloca em primeiro lugar SEMPRE. "Ah, isso é ser egoísta..." Foda-se. Quem é que se importa? Só outro egoísta que vê seus interesses pessoais atrapalhados pelos planos de outra pessoa.

Ah! O mais importante de tudo. No ano de 2008, quando sua prima Deianne te ligar feito uma maluca te chamando na casa dela porque quer te apresentar um cara... Rala peito, doida!! Vai ser a maior furada de toda a tua vida."

Então, o recado seria basicamente esse. Daí minha vida seria bem menos O Diário de Bridget Jones e bem mais Sexo sem Compromisso.

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Visitando o passado

Fuçando os arquivos do antigo Doida da Lua me bateu aquela nostalgia... Quando a vida era mais fácil e a gente achava que não poderia ficar "pior" do que aquilo.

Por isso, resolvi publicar aqui um texto de Lah. Mais ou menos um mês antes do passo que transformaria a minha vida no que ela é hoje.

(Ah, se eu soubesse...)





Hoje vou contar sobre o meu dia. Começando de ontem. Quer dizer... não que hoje tenha começado ontem, mas é que... Ah! vocês entenderam!


Ontem me disseram que eu estava linda e me fizeram um pedido de desculpa ao mesmo tempo. Bem, vou explicar melhor. Uma pessoa que eu já conheço há oito anos e que, nunca me disse que eu estava linda alguma vez (a não ser que eu tenha perguntado) e nunca, nunca, em tempo algum, me pediu desculpa por nada que tenha feito (mesmo sabendo que estava terrivelmente errado) colocou essas duas coisas numa mesma frase. Não que estivesse me pedindo desculpa por eu estar linda... me pedia desculpa por outra coisa, que nem era tão grave assim, mas eu achei um amor e gostei ainda mais dele. E, com certeza, só por causa disso, devem estar se formando gotas de gelo no inferno, bem agora.


Acho tão lindo essas coisas inesperadas! Principalmente vindo de uma pessoa que é especialista em me tirar do sério e me irritar o tempo todo. Por ser bruto e meio ignorante. Ai, não quero nem pensar, que só de fazer isso já me dá nos nervos.


Mesmo assim, achei adorável...


E hoje, eu tive que ir pagar meus pecados no Banco do Brasil. Se vocês não sabem, a filial do inferno fica em Teresina e tem central de ar-condicionado. Acreditem! Você paga por tudo de mau que fez em cima da terra, lá dentro daquele banco do capeta.


Pra começar, aquela marmota estava de greve. Então, os serviços que já demoram uma eternidade para serem feitos, hoje, estavam demorando DUAS eternidades. O banco só abriu ao meio dia, para fechar as portas às duas da tarde.


Eu tive a feliz ideia de levar um livro e, me distraí enquanto esperava na fila. É impressionante o fato de as pessoas escolherem passar justamente no seu lugar da fila, assim que você abre o livro. Putz! Tanto lugar pra aquele povo passar e eu tive que ficar abrindo e fechando o livro porque, tipo, pra que elas vão facilitar a minha vida, se elas podem me atormentar até a alma? Então eu descobri que, fila de banco em greve não é lugar para ler. 


Até que nos deixaram entrar na droga do banco. A fila lá em cima não estava tão grande e eu fui a terceira a ser atendida. Quem me atendeu foi o Otílio.


Olhei para o crachá de Otílio e ele ainda tinha cabelos na foto. Pelo menos na parte da frente. O que quer dizer que ele já estava naquela função há muitos anos e, isso explica o fato de ele não ter noção das coisas e ficar discutindo com o colega do lado, a greve que eles estavam fazendo. Dizendo inclusive, que os clientes não estavam reclamando e eles poderiam (os funcionários, eu quero dizer) levar aquela greve mais a sério.


- Sinceramente. Esse tal que se diz Relações Públicas desse banco deveria ser demitido, se vocês ficam tendo esse tipo de conversa na frente dos clientes!


Eu não disse isso. Eu só pensei. Mas bem que deveria ter dito...


O que demorou mesmo foi o meu pai chegar pra me buscar. E ainda desligou os DOIS celulares. Eu tinha dois meios de me comunicar com ele e não consegui nenhum. Então qual é o sentido desses telefones, pelo amor de Deus?! Eu já disse alguma vez que detesto quando as pessoas não atendem o celular? Ah, sim... eu já disse.


Eu estava justamente fazendo um favor pro meu pai, porque eu faço esse serviço de office-girl, às vezes. E não ganho nada com isso. Na verdade, essa relação dinheiro-papai-e-eu nunca foi assim, digamos, satisfatória. Pelo menos pra mim.


Eu tinha amigas que viviam num mundo surreal em que seus pais lhes davam dinheiro a cada nota 10 que elas tiravam nas provas. O meu nunca nem dizia nada e, quando fazia isso: "Não fez mais que a sua obrigação."


Papai nunca me dava dinheiro de livre e espontânea vontade e, quando eu pedia, ele sempre me perguntava pra que era. Talvez pra evitar que eu comprasse drogas ou coisa do tipo. Mas, mesmo que eu quisesse pra comprar drogas - o que não era o caso - eu poderia simplesmente dizer que ia comprar um livro e ele me daria do mesmo jeito. Papai... precisa ser mais esperto.


E hoje é o meu primeiro dia de férias, mas não totalmente, porque eu só estou de férias no meio da semana já que no sábado eu vou continuar a dar aula do mesmo jeito. Enfim... Nada é perfeito.


Vou ficar um mês inteiro sem ver Maria Theresa e ouvir ela dizer que tem mais namorados do que eu. E, só pra constar... Maria Theresa tem só 7 anos.


Bem, então é isso!!


Até a próxima!

Texto escrito para o blog Doida da Lua em 25 de Junho de 2008.

terça-feira, 9 de junho de 2015

#hashtag fica a dica

Hi, everybody!!

Pra quem não sabe inglês, eu disse:

Oi, todo mundo!!!

É, hoje eu tô internacional.



Bem, mas o que eu quero dizer aqui é:

Queridos homens, parem de escolher suas mulheres pelas coisas que elas "sabem fazer em uma casa".

Hoje, nós mulheres, trabalhamos fora e também chegamos em casa cansadas. Também somos responsáveis por boa parte do orçamento doméstico. E, com isso, eu te pergunto:

Que diabo de ser humano imprestável você é, se não tem competência pra lavar um prato, um copo, um talher, pra passar uma camisa antes de vestir? Hein? ME FALA!!

Estudos recentes feitos no Instituto da Inutilidade Masculina - Massachusetts - Ohio - Califórnia, comprovam que, não, o seu pinto não vai cair se você varrer uma casa. Seus poros não vão expelir purpurina pink se você baixar a droga da tampa do vaso sanitário depois de urinar, de preferência, DENTRO DO VASO SANITÁRIO. Você não vai sentir uma vontade incontrolável de cantar I will survive, vestido de Priscila - A Rainha do Deserto, depois de lavar sua cueca com freada. Quer dizer, a não ser que você realmente queira. Aí eu não tenho nada a ver com isso. Até apoio. Sério. Se joga, bi!! 



O fato é que, eu particularmente, não fui educada pra ser dona de casa. Eu fui educada pra ser uma profissional de sucesso, pra ganhar meu próprio dinheiro e poder pagar uma ótima diarista. Então, meu diploma não me dá habilitação pra ouvir coisas do tipo: 

"Eu só quero que você faça as coisas que uma mulher faz numa casa. Só isso..."

Ou...

"Uma mulher tem que saber cozinhar."




Ou, a minha preferida... (porque, tipo, passei 6 anos ouvindo isso. Me apeguei, sabe?)

"Quem manda na mulher, é o homem."






Tenho mais três irmãs. Todas nós sabemos cuidar de uma casa e eu, inclusive, ainda possuo um upgrade, porque sei costurar, bordar em ponto de cruz e fazer crochê. (Tá. Eu também não sei porque eu sei bordar em ponto cruz ao invés de saber rebolar igual a Anitta. Mas, tudo bem. Na próxima encarnação eu passo na fila certa). Mas minha mãe e minha tia (mais minha mãe, claro, porque a tia Fátima, quem conhece sabe, né? S2) nos ensinaram essas coisas pra que a gente soubesse se virar na vida ou, quando elas tivessem viajando por aí, de férias e não pra gente servir de empregada pra um monte de marmanjo que só sabem vir com essa conversa mole de: "Amor, passa essa camisa pra mim. Eu não sei. Você faz melhor do que eu."

Só uma resposta pra você...

POIS APRENDE, CARALHO! JÁ TÁ NA HORA!!

Mas eu não vou ser injusta e descer o cacete só nesses lindos, né?

Quem é que bota esses bofes no mundo?

Quem é que educa?

Quem é que cria como se eles fossem criaturas intocáveis que não devem encostar seus dedos delicados em detergente líquido?

NÓS!!

Está mais do que na hora de nós, mulheres, começarmos a criar esses rapazes da forma correta. Não é difícil, gente. Meu irmão foi criado por 6 mulheres. Ele é o mais novo de 3 irmãs. Mas desde cedo ele lava as cuequinhas dele, porque ninguém é obrigada, né? E perguntem pra esposa dele se ele dá algum trabalho. Não. Ele ajuda em casa. Ele cozinha e tudo. Eles dividem as tarefas porque os dois trabalham fora o dia todo. Esse que é um homem de verdade. Só acho.

Tenho mais paciência pra isso não, hein?!

Pago muito caro na manicure pra estragar minhas unhas lavando a louça que VOCÊ suja!

É isso aí.

P.s.: Gente, tô generalizando mesmo. Não tô falando do namorado.

Especificamente...


terça-feira, 2 de junho de 2015

Velhos tempos...



Oi, gentchen!!!

E aí? Mé que tá essa bagaça?

Eu tô bem, grazaDeus. O post depressivo publicado de madrugada é só porque, gente, favor, né? Sou canceriana.

Sabe, outro dia eu escrevi aqui sobre amizades e o fato de ter um número específico de amigas que não saem nunca da minha vida. Mas falei também sobre aquelas que surgem no meio do caminho e talvez se tornem um dia, lembranças especiais...

Hoje eu vim falar aqui daquelas que nos surpreendem e... voltam!

Sim! Olha que coisa maravilhosa!

No último domingo tive uma surpresa, tipo, demais. Eu e o namorado (sim, pra quem ainda tem dúvida, ainda tenho namorado) estávamos fazendo programinha de namoradinhos no shopping...



Então. O negócio é que, ele viu de longe uma amiga nossa do tempo da escola. Porque, pra quem também não sabe, eu e o namorado nos conhecemos na sexta série.

Daí, a gente foi lá na mesa dela, nos cumprimentamos, ela demorou 2 segundos pra realmente saber quem eu era, porque, tipo, no tempo que a gente estudou... Misericórdia. Cabelo e canela como eu tinha... tá pra nascer.

Cara, foi a melhor coisa que me aconteceu nos últimos dias. Porque a gente ficou lá conversando sobre o tempo do colégio, sobre outros amigos, sobre o que aconteceu esse tempo todo em que estivemos separados e a minha maior surpresa foi ver, pela primeira vez, o quanto a nossa amizade também foi especial pra ela.

Ela disse que tem poucas amigas, porque preza pela qualidade, assim como eu. E eu fui uma dessas poucas que escreveu carta pra ela. Cara, tipo, eu sempre fiz isso. Sempre expressei melhor os meus sentimentos pela escrita e lembro que escrevi realmente algumas palavras pra ela, mas fiquei muito tocada por ter tocado seu coração com esse gesto meu.

A Wladya foi aquela amiga maluquinha que me fez sair um pouco do meu casulo interior. Foi ela que deu o pontapé inicial para que eu largasse um pouco essa timidez doentia, me fez sorrir, me fez ter coragem de falar palavrão, me fez dançar com roupa de índio na frente de um monte de gente que eu não conhecia e me fez ficar pela primeira vez de prova final. O que não acontecia com ela. Porque, ora, conversava na hora da aula, fazia graça pra todo mundo, não levava um livro pra escola, mas num era besta, né? Chegava em casa, ia estudar. E eu, ia assistir a Fada Bela. Hahahaha!

E sabe o que esse encontro me fez pensar? Que a gente se entrega de corpo e alma pra amizades que a gente acha que é pra vida toda e acaba se decepcionando, quebrando a cara, fazendo papel de trouxa, sendo besta... é, vocês entenderam!

Aí, de repente, uma pessoa assim aparece, uma amizade de início da adolescência, saudável, que deu uma pausa grande no tempo porque esse mesmo se encarregou de nos afastar e, tipo, mudar de escola também.

E eu fiquei extremamente feliz, de verdade, por ter encontrado essa minha melhor amiga. De ter conhecido seu filho, de ter ouvido palavras de incentivo e ter sentido a energia boa que ela me passou.

Foi um domingo abençoado.

Gata, seja bem vinda de volta às nossas vidas. E, dessa vez, nada mais de pausas.

terça-feira, 26 de maio de 2015

Vai passar...

Exatamente 04:52 da manhã, agora...

Quando eu pensei que tão cedo essas madrugadas sofridas não voltariam a acontecer...

Quando eu pensei que a ferida estava cicatrizando, aparece alguém pra abrir e fazer sangrar tudo de novo...

Quando eu pensei...



"Vai passar. Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês, quem sabe? O verão está ai, haverá sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa chamada "impulso vital".

Pois esse impulso às vezes cruel, porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem sabe para o sol, para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento te surpreenderás pensando algo como "estou contente outra vez". Ou simplesmente "continuo", porque já não temos mais idade para, dramaticamente, usarmos palavras grandiloquentes como "sempre" ou "nunca".

Ninguém sabe como, mas aos poucos fomos aprendendo sobre a continuidade da vida, das pessoas e das coisas. Já não tentamos o suicídio nem cometemos gestos tresloucados. Alguns, sim - nós, não. Contidamente, continuamos. E substituímos expressões fatais como "não resistirei" por outras mais mansas, como "vai passar".

Esse o nosso jeito de continuar, o mais eficiente e também o mais cômodo, porque não implica em decisões, apenas em paciência.

Claro que no começo, olhando à tua volta a paisagem de todo dia, sentirás atravessada não sabes se na garganta ou no peito ou na mente essa coisa que chamarás com cuidado, de "uma ausência". E haverá momentos em que esse osso duro se transformará numa espécie de coroa de arame farpado sobre tua cabeça, em garras, ratoeira e tenazes no teu coração.

Então fingirás acreditar que tudo será diferente, que as coisas sempre se renovam. Embora saibas que há perdas realmente irreparáveis e que um braço amputado jamais se reconstituirá sozinho. Achando graça, pensarás com inveja na lagartixa, regenerando sua própria cauda. Mas no espelho cru, os teus olhos já não mais sorriem...

Já não é tempo de desesperos. Refreias quase seguro as vontades impossíveis. Depois repetes, muitas vezes, como quem masca, ruminas uma frase escrita.

Qualquer coisa assim:

... Mastiga a ameixa frouxa. Mastiga , mastiga, inventa o gosto insípido na boca seca..."

(Caio Fernando Abreu)

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Ah, o amor...




Hi, everybody!!

Como é que tá todo mundo? Tudo bem? Tudo bom?

Então tá bom.

Bem, o negócio é o seguinte. Onde é que tá o povo que presta pra namorar? Me fala?

Meus amigos blogueiros e eu estávamos discutindo esse assunto maravilhoso hoje...

Tipo, de nós quatro, apenas eu estou namorando. Mas... dadas as devidas limitações... É... Vamos dizer que estamos em fase de experiência...

Então, dessa nossa conversa, o apanhado foi o seguinte:

1. Dar ou não dar no primeiro encontro?
Bem, a parte masculina do nosso grupo diz que faz o teste no primeiro e no segundo encontro e, se a mina já for entregando o ouro assim muito fácil, ele já perde o encanto.
Já para as meninas, o que faz perder o encanto é o fato do cara já querer o ouro no primeiro encontro.
Resumindo: é preciso se conhecer um pouco mais pra dar... Ops! Pra rolar... Ops! Pras estrelinhas brilharem e a coisa toda acontecer de forma especial.

2. Namorar só pra trocar o status do Facebook...
O povo tá tão impressionado com rede social que isso acaba sendo motivo pra levar as relações.
A pessoa começa a namorar pra exibir o status no Facebook. Fica monitorando a vida do companheiro através das redes sociais, quem curtiu quem, quem pode estar no Face do namorado(a), quem não pode estar... Falsas declarações de amor são postadas pra mostrar pros(as) recalcados(as) de plantão o quanto se é feliz, tudo isso enquanto os dois pombinhos estão um do lado do outro, de cara feia, brigados porque um queria comer pizza e o outro, cachorro-quente.
Semana passada eu vi o post de uma menina que esculhambava o ex em um texto que eu acredito ter tido mais palavras do que a redação dela pro Enem, finalizando com a entrega do Prêmio Pau no C... do ano. Olha, fiquei impressionada com o empenho dela nesta obra literária. Gente... Preguiça, né?
Confesso que já fui impressionada com status em rede social. Mas hoje, na minha cabeça, o importante é o que acontece entre os dois e não no Facebook. Não mudamos o status dos dois. Mas não é isso que vai dizer que nós estamos solteiros ou namorando.

3. Onde estamos procurando?
As respostas foram:
Tinder
Trabalho
Igreja
Fila do supermercado
Lotérica
Meio da rua
Debaixo da cama
Enfim... onde é que a gente encontra?
Por que ninguém mais quer levar ninguém a sério?
E o negócio pesa mais depois dos 30. E é até a melhor fase. Tá todo mundo bem resolvido, feliz consigo mesmo, independente financeiramente... Então, tipo... Qual é?

Ah! Por que eu sou a única do grupo que tá namorando? Porque conheço o namorado desde os 12 anos de idade e, ainda naquela época ele já tinha uma quedinha por mim (mesmo eu só tendo canela e cabelo).Fora o fato dele gostar de namorar mesmo. Com ele não tem esse negócio de ficar, pegar uma aqui, outra ali... É. Só por isso.

E aí, galera?

Onde estão os bons partidos? Meninas que querem uma relação bacana, com um cara legal, que saiba o que quer da vida... Meninos que querem companheirismo, uma menina inteligente, bem educada, phyna e que luta por seus objetivos.

Tá. Eu sei que, até pouco tempo eu não era essa garota aí de cima. Mas, a vida é feita de mudanças. É isso que nos faz diferente das pedras. Já disse o sábio Doug Funny.

Gatos e gatas de valor, enviem seus currículos para o e-mail lanussa.ferreira@gmail.com

Sério.

terça-feira, 19 de maio de 2015

Sessão da Tarde Feelings

E aí, gente linda?

Como é que tá? Tá tudo bem? Tudo? Então tá.

Depois de tanto tempo, o que eu tô fazendo aqui hoje?

O que eu sei fazer de melhor, ora! Enrolando meus trabalhos acadêmicos!!! Olha só!!!

Êêêêêê!!!

Pois é. Tenho várias atividades pra fazer, textos pra ler e duas avaliações pra entregar em 6 dias. Mas, gente, são 6 dias!! Tipo, muito tempo forever.

Ah! E sem me esquecer da palestra que eu e minha sócia vamos ministrar no sábado sobre como organizar um casamento. Arlinda, fica fria, miga. Vou fazer tudo que prometi. 

Depois.

Bem, gente, vim falar hoje de um filme que eu assisti outro dia na Sessão da Tarde. E não é que, pra minha total surpresa, o filme contava totalmente a história da minha vida atual?

Quer  dizer, tirando a parte em que tenho belos olhos azuis emoldurados por lindos cílios postiços (que aquela mulher tá de brinks, se eu acreditei um segundo que aqueles cílios bapho eram dela mesma. Tá. Sei.). E tirando a parte em que minha chefe não aceita minha demissão e ainda eleva minha autoestima (sim, eu saí do meu último emprego, senão, por que vocês acham que eu estaria assistindo Sessão da Tarde pelo amor de Deus?).

Bem, o fato é que o filme conta a história de uma garota que tem a ideia do que seria a vida dos sonhos, incluindo: uma posição de destaque na empresa onde trabalha, o apartamento dos sonhos e o cara perfeito.

Daí que acontece tudo isso e, tá tudo bem, tudo bom, mas começa a dar tudo errado e ela não se sente mais feliz como achava que deveria se sentir. 

(É claro que isso é pra dar uma emoção na história, porque fica sem graça tudo lindo e maravilhoso o tempo todo, né? Manual de instruções para a vida).

E depois que a vida dela se torna meio que um caos e tudo mais, ela descobre um jeito de dar um up na profissão, termina com o cara "perfeito" e fica com o nerd de óculos e potencial escritor literário de sucesso (é claro que eu achei esse detalhe um charme e tudo mais) e FIM. Vamos assistir O Rei do Gado.

Sim, eu passei por coisas bem parecidas, o que me alegra, de certa forma, por saber que aquela frase clichê (que eu não sei de quem é e nem vou me dar ao trabalho de procurar), é bem verdade: "No fim, tudo dá certo. Se ainda não deu certo, é porque não chegou o fim".

Em meio à confusão que se tornou minha vida no início de 2014, eu consegui um emprego bacana, mudei da casa da mamãe e fui morar sozinha num apartamento bem legal, fui promovida a um cargo de chefia, juntei os caquinhos do meu coração, fiz uma viagem pelo Nordeste, comecei um namoro com um amigo de infância, fiz minha primeira viagem sozinha e tava tudo muito bem, tudo muito bom quando... É. Cheguei na metade do filme.

Tive que pedir demissão do emprego, estou na iminência de ter que voltar pra casa da mamãe, não tenho nem ideia de quando vou poder viajar e, o namorado perfeito... ah, gente, quem é perfeito, PELOAMORDE??!!

É pra entrar em desespero, né?

Não. Não é.

A Lanussa de antigamente, sim, estaria fazendo #aloka, né? 

Talvez, não por mim, mas pelos outros. Pela pressão que sempre senti de ser a melhor, de me dar bem em tudo, de ser a fodona o tempo todo. É uma cobrança que eu sinto desde que descobri que era uma pessoa. Uma cobrança que vinha dos outros, mas que vinha de mim também.

Sabe o que eu fiz quando tinha 5 anos? Não. Não construí um reator nuclear.

Eu estava na alfabetização, mais por preocupação da minha mãe por eu ter perdido o ano quando a gente mudou de cidade e eu fiquei sem estudar. Ela me ensinou a ler em casa, então eu já estava bem mais adiantada do que os meus coleguinhas.

A professora costumava classificar as notas em primeiro, segundo e terceiro lugar e chamar esses três alunos na frente da turma e dar os parabéns.

O fato é que, durante meses, eu tirei sempre o primeiro lugar. E ele estava lá, escrito à mão, com a letra perfeita da professora, na capa das minhas avaliações. Até que... É. Um dia eu fui segundo lugar. E entrei em desespero.

Reparem bem. Eu, com os meus 5 anos, não tinha ideia do que significava segundo lugar. Eu não sabia que segundo lugar também era muito bom. Ninguém, em todos os meus 5 longos anos de idade, nunca tinha me falado que "segundo lugar não é bom. Você vai vender pulseirinha na praia se tirar o segundo lugar." (Se bem que, vender pulseirinha na praia, às vezes até parece uma alternativa interessante... Acho melhor que ser vendedora da Chilli Beans, Arlinda...). Então, eu não tinha noção alguma do que realmente era um segundo lugar, mas na minha cabeça, essa droga não podia ser legal.

Imaginei logo a cara da minha mãe quando visse o segundo lugar. Eu seria a decepção da família. A ratataia da sociedade. E iria sofrer bullying da menina que se vestiu de bailarina no desfile de 7 de Setembro e foi rainha da escola na festa junina (o pior de todos os castigos).

Bem, nem os parabéns da professora diante de todos os meus coleguinhas me tiraram a sensação de fracasso da minha cabeça. Então, quando cheguei em casa, fui atrás daquela invenção tecnológica extraordinária muito utilizada nos anos 80 e 90... 

A borracha que apaga caneta!!!

Êêêêêê!!!

Fiz o que pude. Esfreguei quantas vezes fosse possível, mas aquela tinta superatômica não era páreo para a Super Borracha. Então, baixei minha cabeça como aqueles condenados à guilhotina, respirei fundo e fui entregar as provas à minha mãe...

Quando, de repente, eu ouvi: "Muito bem! Parabéns!"

Tipo, anh? Como assim? E esse segundo lugar aí, dona? Tá vendo não? Bem aí? Todo borrado!

Sim, ela tava vendo. Mas, era segundo lugar e, isso também era bom.

O fato é que, mesmo assim, eu fui levando esse negócio de ser primeiro lugar sempre, muito a sério. E, conforme eu fui sendo sempre primeiro lugar, as pessoas ao meu redor foram levando mais sério ainda. Então, depois da escola, tudo tinha que dar sempre certo na minha vida. Porque eu era o primeiro lugar!

Gente, para. Começou a chatisse. Comecei a ficar histérica toda vez que algo não ia como o predestinado para a gênia aqui. Eu me sentia a vítima do mundo e chorava rios inteiros por dias sem fim. Era pesado. Era sofrido. Ninguém ia gostar de mim se eu não fosse a melhor. Ninguém ia querer ficar comigo se eu não fosse a melhor. E nessa angústia toda eu esquecia de fazer o principal: recomeçar. Eu esquecia como fazer. Eu precisava que alguém me dissesse. Eu precisava que alguém até fizesse isso por mim. "Meu Deus!! Eu errei!! Eu não consegui!!! Eu sou um nada!! Eu sou um fracasso total!!"

Mas, a maturidade te faz essas coisas... Te torna mais serena, mais confiante e, o resto que se dane, porque você vai conseguir. Demorei muito pra chegar nesse patamar de "erro quantas vezes precisar, fracasso quantas vezes for necessário, vá se lascar pra lá com seu primeiro lugar, se quer perfeição, procure uma Barbie".

Aqueles rios de lágrimas que brotavam de dentro de mim com tanta frequência, agora não passam de pequenas poças que vêm com uma chuva rápida e secam aos primeiros raios de sol.

Isso tem nome: confiança.

E sabe o que me dá mais confiança? Eu saber o quanto sou querida, o quanto sou abençoada por estar rodeada das pessoas que realmente me querem bem. É saber que tenho uma família e amigos que me botam pra cima e me dão palavras de incentivo. É saber que, quando aparece alguém na minha vida pra me ferir, pra me magoar, sempre aparecem mais cinco, me fazendo enxergar quem realmente tem que fazer parte dela.

E, é claro, também aprendi a trabalhar o meu espírito, de forma que entendi que, cada coisa tem seu tempo e que, ao invés de reclamar eu tenho que agradecer pelas oportunidades de aprender com os tropeços da vida.

Então, cambada, como comecei falando de filme, vou dividir com vocês um poeminha que eu escrevi há eras atrás:

Eu personagem

Minha vida é feita de:
Trechos de filmes de amor,
Pedaços lidos, de poemas,
Frases feitas, por alguém
que não era eu.

Detesto todos os finais
Que não são felizes
Porque minha alma
Clama por felicidade
Nem que seja de mentirinha.

Enceno o papel que a
Vida não me deu.
O meu palco é um 
Mundo invisível
Visto só por mim.

Mas eu tento com as mãos,
Tocar alegrias vivas
Porque no final do meu filme,
Eu não quero ler frases feitas
De um poema triste.

Lanussa Ferreira

(Poema escrito em 27/11/2005)