segunda-feira, 21 de maio de 2018

O Lado de Lah do Encantamento



As mensagens no aplicativo deixaram de existir e, vez ou outra, conferíamos o que um dos dois andava fazendo, pela atualização do status.

Isso não tinha importância nenhuma em minha vida e eu já estava com o tempo do almoço terminando e com os pés doendo de tanto que andei de um lado para o outro, resolvendo coisas do trabalho.

Foi quando nos cruzamos.

Nossos olhares.

Achei que o conhecia de algum lugar e meu cérebro demorou exatamente três segundos para me confirmar isso. Era ele.

Olhei para trás, com a esperança de que ele também tivesse a mesma impressão. Ele seguia tranquilamente rumo à escada rolante.

Menos de um segundo de decepção e segui minha vida adiante, virando o rosto e caminhando a passos largos. Foi aí que ele me olhou e continuou a olhar, enquanto a escada subia e nos deixava mais distantes.

Porém, por uma ironia brincalhona do destino, foi isso que realmente nos aproximou.

Não lembro quem puxou assunto, nem como a conversa começou, mas lembro bem quando ele disse: "acho que te vi no shopping outro dia."

Ficamos um pouco encantados com aquele encontro inesperado, meio coisa de filme (pelo menos pra mim teve essa relevância). E resolvemos que já estava na hora de nos conhecermos de verdade, sabendo exatamente quem era quem.

A vida às vezes me deixa confusa porque eu sempre quero saber o motivo das coisas que acontecem e nem sempre ela (a vida), está a fim de responder. Isso me deixa mau-humorada. E triste.

Mas entendo que isso faz parte de um aprendizado e que devemos viver certas coisas, sentir o que é pra sentir com elas e, só depois (um depois que pode demorar segundos para vir, dias, meses ou até anos), entender realmente o porquê daquilo ter acontecido.

Nosso primeiro encontro não foi combinado, surgiu de uma mensagem repentina com um convite para uma cerveja e acabou no apartamento dele. Foi natural e espontâneo. A conversa, os olhares, os sorrisos, o toque. Me senti especial diante da insistência de que eu ficasse pra dormir ali naquela noite e da pergunta feita enquanto me beijava, já na porta da minha casa: "Como eu vou te deixar ir agora?"

Ao final da semana, estávamos juntos novamente.

De volta ao apartamento, nos sentamos em lados opostos da mesa, numa distância física que parecia não existir, em  uma conversa longa que varou a madrugada, regada à cerveja e músicas que nós dois amávamos.

Eu tentava me manter alerta.

Não que eu estivesse sonolenta ou já entorpecida pelo álcool. O sinal de alarme era para o jeito encantador daquele rapaz, que me dizia o tempo todo, tudo o que eu queria ouvir e fazia coisas que me atraiam demais. Mas parecia certo estar ali e eu me achava inteiramente no controle da situação. A situação que estava aqui dentro de mim, na minha mente, nos meus sentimentos, no meu coração...

Dormimos tarde, tomamos café na hora do almoço, mas o era o nosso tempo e aquele tempo parecia funcionar bem.
Ele cozinhou, tocou violão, quis dividir comigo suas músicas preferidas, as fotos da família, as histórias engraçadas, as coisas que escreveu.

A cada cinco minutos, o alerta ficava mais forte. Mas fiquei muito experiente em ignorá-lo quando me convinha.

Passamos o resto do dia no quarto. Eu vestia uma camisa sua e uma força me puxava pra perto dele, sem que eu entendesse porquê e de onde vinha.

Resolvemos que era hora do almoço quase  no final da tarde e saímos para a luz do dia. Conversamos mais, rimos, nos beijamos, combinamos mil coisas e quando ele finalmente me deixou na porta de casa eu vi em seus olhos que tinha acabado.

Acabou.

Foi rápido, foi intenso, foi maravilhoso.

Eu devia me lembrar de todas as vezes em que senti que seria assim e aceitar isso, mas foi difícil. Como em todas as vezes. Dessa vez foi diferente. Dessa vez o peso foi maior. Dessa vez demorou mais a passar.

Dessa vez, o que eu achava que estava cicatrizado, se abriu. Sangrou novamente e novamente estou eu tentando estancar.

Dessa vez eu senti medo e cansaço. Medo de se repetir, medo de deixar acontecer de novo, medo de não conseguir fechar a ferida e o maior medo de todos, medo de seguir.

Mas ainda tenho forças e, enquanto eu as tiver, vou lutar contra esse medo.

É aquela história do aprendizado, não é mesmo?

Uma hora eu aprendo.



quinta-feira, 17 de agosto de 2017

O Lado de Lah da Vida Fitness



E por falar em mudanças (que parece ser tema recorrente deste blog), gentchy, não foi só psicologicamente que eu mudei. De repente, sem eu nem perceber, meu corpo foi tomado por contornos que eu buscava numa luta incessante e não conseguia. E, tipo, estou fazendo algo diferente do que fazia na minha vida antiga? Sendo feliz, talvez.

Na outra vida, essa gata aqui vivia de dieta e, nos últimos tempos, fazia toda sorte de exercícios torturantes que poderiam inventar para punir uma pessoa pelo simples fato dela gostar de batata frita. Fiz spinning, fiz yoga, fiz corrida, caminhada, me aventurei pelo boxe e sofri na academia. Isso adiantou de alguma coisa? Não.

Por falar em academia, ninguém me tira da cabeça que aquilo ali é só uma adaptação dos aparelhos de tortura da Santa Inquisição.

Tava lá, aquele monte de treco sem serventia, a galera sem poder torturar mais nenhum judeu, nenhuma mulher solteira com hortinha no quintal... aí, Pah! "Vamo dá um sacode nisso aqui, negada! Vamo falar pra geral que isso aqui faz bem pra saúde, que "as gata" fica com pernão, bundão, que o cara vai pegar geral com os braços do Incrível Hulk e as pernas do Salsicha..."

Então, foi! Inventada a aula de musculação. E, me desculpe quem gosta, mas eu não vejo graça. Não que eu ache chato nem nada. Apenas preferia me autoflagelar com um chicote de couro com pregos nas pontas, usando um cilício* na perna. Mas não acho chato.

Bem, o fato é que não virei a Miss Maromba, não deixei de comer pizza e emagreci seis quilos.

Daí, encontrei uma atividade física da qual eu realmente gosto.



Fiz dois meses de musculação (e se a gente somar tudo, acho que só fui uns 15 dias), até que descobri o Pole Fitness, onde fazemos exercícios baseados nos movimentos do Pole Dance.

Parou. Parou. Parou.

Eu sei o que vocês estão imaginando.

Não. A gente não fica lá sensualizando de lingerie, penduradas numa barra de ferro. Tipo isso:



A realidade mesmo é mais ou menos assim:



O fato é que, a pessoa mais sedentária desse mundo todo, que nunca soube dar nem estrelinha (o que é uma pequena frustração para mim), que tinha medo de subir em árvores (e se subia, não sabia descer), que sempre teve péssima coordenação motora, hoje fica de cabeça pra baixo, pendurada em uma barra de ferro se segurando somente pelas pernas.

É isso meixmo Braseeel! Eu tô arrasando nessa bagaça a cada dia que passa e me sentindo mais diva e poderosa, coisa que na verdade, eu sempre fui. Beijos.

Então. Não posso nem deixar de falar que, o que mais me encantou no pole foi o fato do meu corpo começar a mudar em tão pouco tempo. O que me fez pensar: "OMG!!! Por que me torturei tanto tempo numa academia cheirando a suvaco, sem perder nem cinquenta centavos de peso, sofrendo de dor, puxando aquele peso todo e NADA ACONTECIA NA MINHA VIDA?"

Bem, também não sei a resposta ainda. Talvez tenha sido mais um teste de Deus. Ou talvez fosse a pizza. Vai saber.

Porém, em três meses fazendo pole eu já pude ver uma diferença considerável, bem diferente da época em que eu sofria com esse negócio de musculação. O que me deixou mais empolgada, me levou a mudar um pouco meus hábitos alimentares (mas sem deixar de comer nada que eu gosto) e praticar atividade física em casa mesmo, nos dias em que eu não tenho pole. Em cinco meses, o resultado foi esse aqui:


Aí a gata ficou se achani, né? Fui de 52kg para 46kg e voltei a usar tamanho 36 (algumas vezes 34) e me sentir confortável de biquíni na praia.

O pole me ajudou a ser mais confiante, a me desafiar constantemente, a superar os meus medos.

Medo de altura? Sobe mais que tá pouco! Medo de cair e quebrar o pescoço? Isso pode acontecer até tropeçando no tapete do quarto. Medo de sentir dor? (Porque, acredite, se você faz pole e não sente dor, você não está fazendo isso direito), a dor da superação não é uma dor ruim e é até divertido ficar mostrando as manchas roxas que a gente ganha em todo treino.

E assim eu completei um ano (hoje, um ano e nove meses) fazendo uma atividade física sem interrupções.

Começando devagar

Perdendo aos poucos o medo da altura:


Fazendo um pouco de contorcionismo:


Deixando escapar um pouco do juízo:


Com menos juízo a gente começa a se divertir mais:


E se sente diva:

Se permite brincar e se fantasiar do que quiser:


Vai pegando o jeito da coisa:


E só fica mais feliz a cada dia:


Fazendo cara de paisagem:


Faz aquela foto mara na praia:



E fica emocionada com a perna ficando durinha e seu corpo ganhando músculos que você nem sabia que existia.



Participando de campanhas publicitárias:


E hoje, a diferença é essa aqui:


E embora eu já tenha mudado muito e esteja me sentindo muito mais satisfeita com o meu corpo, com minha alimentação e meu condicionamento físico, ainda há muito o que mudar e melhorar. Estou seguindo em frente e alcançando cada objetivo a que me proponho e fazendo isso por mim, em primeiro lugar.

A cada dia que passa eu me sinto mais bonita. A cada dia que passa eu gosto mais de mim e da mulher que estou me tornando, não apenas fisicamente, mas pela minha personalidade, meus pensamentos e opiniões.

Quem deve dizer se você é ou não bonita, é você mesma, tá gata?

Vão lá e arrasem, porque o mundo é nosso!

Vlw

Flw

*cinto ou cordão eriçado de cerdas ou correntes de ferro, cheio de pontas, com que os penitentes cingem o corpo diretamente sobre a pele.


quarta-feira, 9 de agosto de 2017

O Lado de Lah da Dor de Cotovelo



Bem, amigos da Rede Globo...

Não, pera.

Canal errado.

E aí, gentchy?!

Tudo bem?

Tudo beleza?

Se eu tô bem?

Não, eu não tô bem. Porque eu tô na fossaaaaaaaaaa!!

Sim, mais uma dor de cotovelo, depois de tanto tempo sem saber o que era isso. Tô sofrendo de amor.

Inferno.

Mas, tudo bem. Porque eu sou simplesmente a Rainha da Dor de Cotovelo. Aliás, se a gente procurar um pouquinho, acho até que vamos descobrir que fui eu que inventei essa porra toda. Porque eu sou craque nisso, tá? Porque uma dor de cotovelo não é qualquer um que sabe viver. Porque, sim, você tem que saber viver uma dor de cotovelo. A dor de cotovelo precisa ser respeitada enquanto dor de cotovelo que faz você chorar com comercial de margarina e garrar amor por aquele pijama que já passou da hora de lavar.

Enfim, é um negócio pra ser levado a sério. Ok?

Ok.

Como canceriana que eu sou, já é meio que uma obrigação minha, não passar batida por uma dor de cotovelo. A sofrência está impregnada no nosso mapa astral. Então pra que fugir disso?

Quando eu era adolescente, não havia um dia na minha vida em que eu não estivesse sofrendo apaixonada por alguém que não me queria. Amores platônicos? Puff... Todo mês era um.

Misericórdia.

Foi aí então, que eu comecei a aprimorar a incrível arte de curtir um coração partido. Você não pode fugir. Você tem que encarar de frente até gastar toda a melancolia eterna que tem no seu coração despedaçado.

Você tá triste? Ouve música triste. Mas triste mesmo! Aquelas que tem "vou te amar até o fim dos meus dias...", "Eu quero só você e mais nada...", "você me deixou sem dizer adeus...", "você me deu um pé na bunda mas eu quero que você seja feliz com outra..." E por aí vai...

Cansou das músicas? Tem filme. Aqueles finais felizes te lembrando que nada daquilo acontece na vida real. Que Príncipe Encantado não existe, sua tonta, e o George Clooney não vai aparecer na porta da sua casa de madrugada com um buquê de flores implorando pra você casar e ter três filhos com ele. Cai na real!

Esgotou todos os DVDs piratas que existem na sua casa? Tem os livros. Aqueles bem mamão-com-açúcar. Onde aquele cara bem bad-boy, que não quer nada com a vida, acaba se tornando um ótimo marido forno e fogão só porque se apaixonou pela linda mocinha.

Sim, é assim que se vive uma dor de cotovelo.

E tem mais? Sempre tem.

Você ainda pode pegar seu celular e voltar as suas conversas com o boy, lá pro início, pro primeiro "Oi" e ler tudo de novo e depois chorar até dormir e acordar no outro dia com a cara tão inchada que parece ter sido atacada por um enxame de abelhas enfurecidas. E vai trabalhar no outro dia, sem ter maquiagem que dê jeito.

Sim, gente. A dor de cotovelo tira toda a sua dignidade. Mas não importa. Porque a luz da sua vida não está mais te mandando mensagem de bom dia e queeeeeem se impooooooorta com meu sofrimento além de mim? Hein? Hein? Quem tá se importando com meus sentimentos, meu Deus? Por que comigo? Desgraça do meu ódio!!!

Tá.

Parei.

(Respira...)

Passou.

É isso aí, pessoal. O bagulho aqui tá sério. Mas sempre tem aquele lado bom.

Pelo menos vou sair dessa fossa mais magra e vestindo manequim 36. Beijos.

segunda-feira, 24 de julho de 2017

A Síndrome da Paixonite Aguda



Acabei de ler 399 páginas de um romance bem suspirativo. E é a segunda vez que leio esse livro. Mas os suspiros involuntários são impossíveis de segurar, mesmo você sabendo como acontece toda a história.

Embora hoje, eu já esteja mais esperta, talvez esse tenha sido o meu maior problema: romantizar demais as coisas a ponto de levar minha vida como se fosse uma dessas histórias românticas e não como ela realmente é: uma tragicomédia.

Durante toda a minha vida, eu idealizei e esperei que tudo fosse como nos livros que eu tanto lia, principalmente na vida amorosa. Bastava o carinha me dar um beijo (às vezes nem isso, acreditem), já tava a "loka" apaixonada, decidindo mentalmente quem iria pegar as crianças no Inglês e se realmente deveríamos contratar aquela empregada, porque eu achei que o bigode dela era grande demais.

Até que o cara me dava um banho de água fria e dizia a famosa frase: "eu sou muito pouco pra você".

E eles eram mesmo, minha nossa!

Tinham medo de mim, da minha inteligência, do meu desprendimento, da minha independência, dos meus pensamentos feministas, da minha bagagem cultural e do fato de eu sempre saber o que eles estavam pensando. (Não se assustem. Cancerianas são meio bruxas mesmo...).

E por isso mesmo, demorou muito, até que eu encontrasse um cara com o ego do tamanho do Taj Mahal e que não teve medo de mim e não se achava pouco. Muito pelo contrário. Ele se achava muito e conseguiu me convencer de que eu tinha bastante sorte de ter encontrado aquele príncipe encantado que, de encantado só tinha... anh... é... nada.

E foi aí que eu descobri o que é, realmente, um choque de realidade. Um PUTA  choque de realidade. Na verdade, a vida me pegou pelos cabelos e saiu me arrastando em cima da realidade, depois pegou a realidade, jogou na minha cara e esfregou, como aquelas tortas de chantilly, nos programas de perguntas e respostas. Depois me jogou numa piscina de realidade e, pra finalizar, um saco de penas de galinha, só pro visual ficar mais bacana.

Aí, achando pouco, ficou bem de frente pra mim, colocou as mãos na cintura e disse olhando bem no profundo dos meus olhos:

- Toma palhaça! Vamo acabar com essa palhaçada agora, "kiridinha"? Já deu, né? Acorda pra vida!

E saiu desfilando lindamente em cima do seu salto 15. Porque ela não é obrigada, meu amor.

Então foi isso. E sabe o que aconteceu depois? Nunca mais me apaixonei.

Sim. A "loka" da paixonite aguda parou de brilhar os olhos pra qualquer sorriso bonito que aparece na frente dela. Às vezes chega até perto. Mas ela lembra da lição do choque de realidade e faz o quê? Pica a mula, fia. Vai "simbora". O diabo é quem fica!

Mas eu sempre me pergunto: até que ponto isso é bom?

Difícil, gente. É muito difícil.

Se envolver emocionalmente com uma pessoa lhe deixa vulnerável, com a guarda baixa, sem proteção nenhuma. Aquela sensação eterna de quem levou um soco no estômago, que comeu algo estragado no almoço e que vai vomitar a qualquer minuto.

Então, POR QUE DIABOS ALGUÉM EM SÃ CONSCIÊNCIA QUER SE APAIXONAR??!!

Porque é bom receber uma mensagem de bom dia que não seja das tias velhas do grupo da família. Porque é bom lembrar daquela risadinha que faz um quentinho no seu coração. Porque, por incrível que pareça, aquela sensação de falta de oxigênio no cérebro faz com que você se sinta mais viva. Porque o som daquela voz te chamando de "meu bem", "meu amor", é a música mais linda que você pode ouvir...

Será que depois de tanto tempo, vai ser agora?

Será que eu estou preparada para sentir tudo de novo?

Será que vai dar certo?

Será que vou me ferir novamente?

Quem souber morre, mermã.

Sabe qual a única coisa que eu sei hoje?

TÔ LASCADA!!!

É isso aí.

Vlw

Fwl

Beijo me liga.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

No tutorial de hoje vamos falar de amor-próprio



Oi, gente linda da internechty!!!

Que saudade de vocês!

Tá, vamos ao que interessa: EU.

Sim, estamos narcisistas hoje.

Eu só queria dizer aqui que eu tô muito puta! Pense numa pessoa que tá com a raiva da mulesta! 

Motivo?

Levei um bolo. Fui dispensada. Fui ignorada. Deixada de lado. Tratada como se fosse aquela poeira que está em cima do móvel que você não tá a fim de limpar.

Claro, metade disso se deve aos hormônios femininos que estão em ebulição dentro de mim neste exato momento, a outra metade é porque o cara é um cuzão mesmo. Sim, tinha que ter homem no meio, né? Afinal, quem mais consegue fazer de nossas vidas um verdadeiro filme de princesa pra, logo em seguida, transformá-las em verdadeiros infernos?

Eu fiquei muito chateada. Eu fiquei, tipo, extremamente chateada. Eu fiquei chateada PRA CARALHO!!! Sabe por quê? Porque não é a primeira vez que isso acontece. E com a mesma pessoa!

Então eu parei pra pensar... E me lembrei de uma coisa.

                             


Há pouco mais de um ano, eu conheci um cara. Foi bem quando eu estava começando a me aventurar nessa vida de caminhar sozinha, de tentar ser feliz sem que eu precisasse de outra pessoa ali, do meu lado. Eu ainda tinha muitas inseguranças, incertezas e dúvidas, principalmente ao lado daquele homem, mais velho, mais maduro, experiente, quase dois metros de altura, cheio de músculos e sensualidade. Sabe aquele homem de novela? Então? (Tá pensando que "nóis" brinca em serviço? Hahahaha).

Foi realmente bem difícil acreditar que aquele cara tava a fim de mim, mas ele não desistiu da pretinha aqui e sabe o que aconteceu? Eu tive uma das relações mais lindas da minha vida. Porque ele me botava pra cima, porque ele elogiava tudo que eu fazia, porque ele me puxava e dizia pra mim: "agora me fala de você", porque ele se preocupava comigo, porque ele queria saber se eu estava bem, se eu estava feliz, porque ele sentia quando eu estava mal mesmo quando eu estava sorrindo e, sabe o que mais esse cara me dizia SEMPRE?

"Lanussa, você é uma mulher maravilhosa, inteligente, bonita, gente boa. Você pode ter o homem que você quiser e não aceite NUNCA que um homem lhe trate menos do que uma princesa. Nunca aceite menos do que eu estou fazendo."

Aí, a essa altura, vocês estão se perguntando: mas, miga, porque tu num agarrou logo esse boy, casou, teve três filhos e uma conta conjunta? Por que não deu certo?

Mas aí é que tá, gente. Nossa relação deu muito certo. Embora não haja possibilidade de ficarmos juntos, por conta de estilos de vida muito diferentes. Mas nós nos amamos, nos respeitamos, temos carinho um pelo outro e um eterno companheirismo. O fato de não termos casado, constituído uma família, como a sociedade espera que a gente faça, não quer dizer que esse amor não deu certo. E, acreditem, já chorei de soluçar no ombro dele por conta de um cara que SEMPRE me deu menos do que eu merecia e que eu conheci depois dele.

É... Às vezes é difícil a gente se livrar de velhos fantasmas, aquela autossabotagem que vem sem a gente nem perceber, a falta de amor próprio, de zelo pela sua pessoa, pelos seus sentimentos. Eu não posso fazer isso! E eu quero dizer que vocês também não podem!

Aquele cara te que dá bolo e não dá uma justificativa. Aquele cara que te deixa no vácuo no whatsapp durante horas ou dias. Aquele cara que só te procura quando não tem mais opção no cardápio dele. Aquele cara que te diz coisas desagradáveis. Aquele cara que tenta te diminuir (e na maioria das vezes consegue). Miga, MANDA ESSE CARA TOMAR NO CU NO MEIO DO QUINTO DOS INFERNOS COM O CAPETA FUTUCANDO AS COSTELAS DELE A CADA CINCO MINUTOS!!!

Desabafei.

Obrigada.

De nada.

Voltando ao raciocínio...

Meu amor, sinta-se especial, sinta-se maravilinda, sinta-se diva, porque você é tudo isso! Não precisa ninguém lhe dizer! Nós temos que repetir esse mantra interno todos os dias.

Existem homens especiais por aí, sim. E nós vamos conhecê-los, quando nos dermos essa oportunidade.

E eu agradeço todos os dias por esse cara ter aparecido na minha vida, por ter me ensinado a me valorizar, a me amar, a me enxergar como ele me via.

Então, já deu. Bolo pra mim, agora, só se for de chocolate com cobertura de brigadeiro e morangos enoooormes em cima, acompanhado de sorvete de creme com cobertura de caramelo e pode ter umas bolachinhas em cima também, que eu não me importo.

Ai, gente, calma. É só TPM... Eu, hein!!

Beijox de luz!




domingo, 9 de outubro de 2016

O Lado de Lah do Coração Partido



Sim. Mais uma vez, a vida esfrega na minha cara que ela não para.

Não importa se você teve aquele semaninha marota em que sua gatinha foi envenenada e teve que ser furada, sedada, internada, um amigo muito querido foi, de repente, morar no céu com os anjinhos, teve que correr atrás de 947 documentos e enfrentar horas no cartório pra autenticar tudo e entregar na universidade pra inscrição no mestrado (isso sem falar nos 948 quilos de texto que você tem que estudar pra prova) e, pra encerrar com chave de ouro, ainda tem um coração partido.

Não linda, nada vai parar pra você sofrer até a morte e voltar à normalidade quando, finalmente, se sentir bem. O que pode bem acontecer daqui a meia hora ou, tipo, daqui a vinte anos. Vai saber, né?

Mas sabe de uma coisa? Mereço, pelo menos, uma versão pocket.

Sim. Só por hoje. Tô nem aí. Eu vou chorar, vou sentir aquela dor que te tira o ar, como uma bolada que você leva no peito sem esperar, vou esquecer a dieta e comer gordura saturada sem me importar com o amanhã ou com aquela calça jeans número 36, vou ter a certeza de que nunca vou encontrar alguém com quem eu possa dividir todo o amor que uma canceriana consegue guardar dentro de si, vou achar que acabarei meus dias em um apartamento cuidando de 11 gatos.

E amanhã? Amanhã, não.

Amanhã, nós voltaremos à dieta e faremos exercícios físicos, porque foi bem difícil voltar a vestir tamanho 36, depois de oito anos. Amanhã, nós ouviremos música alta e cantaremos fora do ritmo, de preferência, em um idioma que não dominamos, porque, a cada vez que erramos a pronúncia, uma risada explode dentro da gente.

Amanhã, tem muita coisa pra estudar, porque não adianta ser apenas um corpinho bonito, gata. Aqui tem que ter conteúdo.

Amanhã, temos trabalho a fazer, porque o cliente não é obrigado a aguentar a sua dor de cotovelo.

Amanhã, eu tenho um quarto que está parecendo um circo e precisa parecer com um quarto novamente.

Amanhã, vai chegar a fatura do cartão de crédito e você tem que se preparar pra não infartar, ao ver quanto você vai ter que pagar pra não ter o nome no SERASA.

Amanhã, depois, depois, depois e depois, você tá muito ocupada pra sofrer por quem não te merece. Mesmo que seja naquele tempinho em que você hidrata o cabelo, ele será melhor aproveitado fazendo uma esfoliação na pele. Fica a dica.

Ah... Pensando bem. Vou deixar essa porra pra amanhã, não.

Cadê o durex que eu comprei na semana passada?

Aqui! Achei!

Um pedaço aqui, outro ali... Pronto! 

É... Num ficou lá essas coisas, não. Mas o que importa? Só quem vai ver, sou eu.


sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Amor engarrafado



Será que é porque eu li romances demais durante toda a minha vida? Será culpa daqueles suspiros involuntários que eu dava a cada cinco minutos, cada vez que eu lia mais uma página dos livros de amor? Será que foi excesso de poesia? Será que foi...

O signo!

Hoje em dia, tudo é culpa do signo. Vamos continuar nessa linha de raciocínio, não quero contrariar.

Canceriana, romântica, envolta eternamente em uma nuvem cor de rosa (mesmo que de uns tempos pra cá, essa nuvem tenha recebido um pouco de cinza, um pouco de preto, mas o rosa sempre vence. Odeio essa cor.), achando que um dia, ah, um dia vai dar certo.

Sei não... Sei mais de nada.

A única coisa que eu sei é que não quero mais isso.

Não quero prender meus sentimentos dentro de mim. Não quero ter que escolher cuidadosamente as palavras pra não te assustar. Não quero ter medo de que você não ligue, não me procure, não goste de mim de verdade. Não quero ter medo. Ponto.

Eu sou um espírito livre. O meu sorriso é livre, a minha alegria é livre, o meu amor é livre (seja da forma que for: mais brando, mais intenso, mais louco, mais confuso), o meu sentir é livre.

Intensidade é meu sobrenome, viver e sentir só serve se for pra valer. Esse negócio de ficar se escondendo atrás do que deu errado, do que não aconteceu, do que não vingou, do que não amou... Não, esta definitivamente não sou eu.

Medo da dor, quem não tem? Mas a dor também faz parte da vida. Vida. Já viram palavra mais... cheia de tudo?

É isso que eu quero: TUDO.

Não mereço pedaços, migalhas, sobras, tiquinhos. Eu mereço tudo, o pacote completo, com todos os opcionais, os de segurança principalmente.

É... meio louco, né? Eu sei. Mas é aquela história... Eu morro de medo de altura, mas quero andar na beirinha do precipício só pela emoção.

Se você não quer vencer o seu medo de altura, sinto muito darling, seu lugar não é aqui. Tá com medo? Fique com ele aí pra você. Aqui o bagulho é "loko"!

Amor, tá tendo.

Alegria, tá tendo.

Sorrisos bobos, tá tendo.

Beleza, sim, tá tendo. Principalmente a que vem de dentro.

Inteligência, tá tendo.

E é por essa última que não vou deixar mais ninguém me impedir de sentir, de viver, de amar, de sofrer, só porque tem medo.

Aqui não é lugar de medinho.

Aqui é lugar só de quem AMA.

Vlw

Flw

É isso aí.